8/14/2012

A Toca Da Alice




        
Foi sem esperar, vi-me cair dentro de outra realidade, outro mundo, parecia eu uma Alice caindo na toca do coelho. Talvez eu estivesse atrás do Chapeleiro Louco, que me levasse para percorrer outras realidades, outros mundos, onde a vida humana tivesse mais sentido que o hoje e o agora aqui. Um mundo que a cada dia se mostra mais louco, onde o sofrimento do outro é motivo de prazer, como se a Dama de Copas saísse  da toca do coelho se incorporando em mentes bizarras, e a gritar desvairadamente para cortar as cabeças, assim como cortou o sentido. Ou  quem sabe o portão do inferno tenha sido aberto, e os demônios tenham reencarnado todos, após uma noite de sexo insano? Não sei as respostas, sei apenas o que tenho visto, e nestes pouco mais de meio século de vida, estou vendo o ser humano na completa degradação de valores humanos. A ponto de eu perguntar o que aconteceu com o amor, amor que sentíamos por Deus, uns pelos outros, pelos animais, mesmo que ainda não pleno e perfeito, mas a pequena fagulha que existia em nós era o bastante para frear aquele que iria cometer um ato de violência.
         Já especularam o por que deixei tudo, entrei na toca, sumi. Uns disseram que eu cai,que não deixa de ser um lado da verdade, cair na toca do coelho, outro mundo. Já outros disseram que passei para o lado negro, outros disseram que foi porque ninguém acreditou nas minhas vivencias. A resposta é que eu desencantei! Cai sim, mas das escadas da ilusão! A verdade que eu estava e estou vivendo, vale mais que ser reconhecida, que dinheiro, que todas as faces do ego. Nada melhor que o chão, que a sarjeta, que as roupas maltrapilhas, para ver quem real te enxerga na rua, e caminha do teu lado. Viver sem ilusões a primeira vista foi um baque para mim, confesso, mas aos poucos fui percebendo que aquele que não cultiva ilusão sobre situações e o outro, este tem menos decepções, não cria expectativas, aceita tudo como é. E  só aquele que cai sabe levantar, e sabe seguir adiante e não ficar parado, estagnado esperando o milagre acontecer. Descobri na queda que muitas respostas estão dentro de nós mesmos, e não precisamos de ninguém para nos dizer isso. Como disse Jesus, esse Psicoterapeuta, Psicólogo, Mestre, Sábio, Mago. Que somos  sim deuses como ELE afirmou! Só que não acreditamos mais em nós mesmos, deixamos ser levados por outros que querem nos manipular dentro do Sistema.
 Quanto o lado negro, que lado negro do comando? Ainda se iludem que há dois lados? Não perceberam que luz e sombra estão lado a lado? Não há mais divisão! Olhem em volta, o que está acontecendo na sua rua, no seu bairro, na sua cidade, no seu país, no mundo! O céu e o inferno estão tão juntos aqui na Terra, que a cada esquina nos deparamos com demônios, a cada sinal vermelho encontramos anjos, só que estamos tão cegos que não conseguimos mais distinguir, enxergar.
Podemos ao mesmo estar dentro do buraco, do poço e ver a luz lá em cima, e o pensamento faz a conexão, e o traçado do caminho.
Alguém é luz quando se faz algo em prol do amor, e é sombra quando se omite e pactua com as sombras, simples assim.

Tudo ali era real demais para ser apenas um delírio, um sonho, mas era real, era uma ¹emancipação da alma, ou viagem astral. No entanto só é reconhecido o  corpo físico, o mundo físico,  poucos acreditam em mundos paralelos, acreditam apenas em que podem ver e tocar, acreditam na transmissão de imagens, sons via internet, celular, mas não acreditam via pensamento. Se o próprio pensamento é energia!
Segundo o autor Ken Keyes em seu livro: “O Centésimo Macaco”, estudos com macacos selvagens japoneses, realizados por mais 30 anos, revelaram uma situação que prova a transmissão energética do pensamento. No ano de 1952, os pesquisadores deram batatas-doces sujas de areia aos macacos da ilha Koshima. Eles não comeram por que não gostaram; entretanto, uma macaca chamada Imo levou as batatas a um riacho e as lavou para comer. Ensinou essa descoberta aos outros macacos de sua tribo, os quais passaram a agir do mesmo jeito. A grande descoberta se deu então em 1958, quando determinado número de macaco já sabia e se utilizava o benefício da descoberta: colônias de macacos de outras ilhas começaram também a lavar as batatas. Os pesquisadores concluíram que, quando uma quantidade de indivíduos, que adquiriram determinado conhecimento, atinge um certo número ainda não definido cientificamente, esse novo conhecimento passa a ser transmitido de uma mente para outra em forma de energia e à distância. Ou seja, o nosso pensamento pode ir mais longe do que supomos, e alcançar outros estados de vida.
E assim, mergulhando ora consciente e outras vezes em estado sonambúlico em outros mundos, começo a minha grande viagem! Que aos olhos de muitos será uma “viagem na maionese”, para outros, é um produto de ficção de histórias que inventei, mas para mim é tão real quanto tudo que vejo e toco, é real se eu acredito, e eu acredito. Então é real!





1-    Emancipação da Alma – 401 Durante o sono, a alma repousa como o corpo?
– Não, o Espírito nunca fica inativo. Durante o sono, os laços que o prendem ao corpo se relaxam e, como o corpo não precisa do Espírito, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com outros Espíritos.
402 Como avaliar a liberdade do Espírito durante o sono?
– Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, neste mundo ou em outro. Quando dizeis: tive um sonho esquisito, horrível, mas que não tem nada de real, enganais-vos; é, muitas vezes, a lembrança dos lugares e das coisas que vistes ou que vereis numa outra existência, ou num outro momento. O corpo, estando entorpecido, faz com que o Espírito se empenhe em superar suas amarras e investigar o passado ou o futuro.
1-     
 Os sonhos são o produto da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de convivência. Daí uma espécie de clarividência indefinida, que se estende aos lugares mais afastados ou jamais vistos e algumas vezes até a outros mundos; daí ainda a lembrança que traz à memória acontecimentos realizados na existência atual ou em existências anteriores; a estranheza das imagens do que se passa ou do que se passou em mundos desconhecidos, misturadas com coisas do mundo atual, formam esses conjuntos estranhos e confusos que parecem não ter sentido nem ligação entre si.    (Livro Dos Espíritos – Alan Kardec)

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