Kamael
leva-me até o mar.
– O mar é como
as impressões exteriores, – disse ele –
em tormenta eclode pensamentos desenfreados, emoções nocivas, energia de
ódio, desejos indignos e abomináveis. Quando em calmaria vêm à tona emoções
sublimes, orações inefáveis e sentimento de amor incondicional. O homem não
deve ter seu barco a mercê das condições alheias a sua vontade, ele deve aprender
a disciplinar a sua mente para que não fique sujeito aos temporais exteriores.
Para disciplinar a mente usará uma
vela. Sentará diante dela e observará a
sua chama, nenhum pensamento deve tirar a sua concentração da flama e caso
aconteça, volte e concentre-se nela imediatamente. Esta observação aprenderá a
dominar sua mente e saberá discernir o que vem dela ou não, e ciente tomará as
rédeas caso haja interferência exterior.
– Por quanto
tempo devo fazer essa observação? – Perguntei.
– Se possível
todos os dias por trinta minutos.
– Mas caso não
tiver disponível todo esse tempo?
– O tempo que
lhe deu é mínimo, mas caso não possa faça a metade dele.
Aquele que não conquistar este
domínio em tempo hábil sofrerá mais com as vibrações exteriores que estão cada
vez mais pesadas e nefastas. Não há como manter um barco no rumo e estável
perante um maremoto. É necessário ter em mãos todos os recursos psíquicos e espirituais para ter controle do
estado emocional e buscar com segurança o porto seguro.
– Do que está
falando Kamael?
– Da tempestade iminente,
e dos barcos sem rumo sob um céu sem estrela.
A chama, observe a chama, se disciplinar a sua
mente terá em qualquer situação um ponto de referencia!